dimanche, novembre 23, 2008
mercredi, novembre 19, 2008
La vita é bela
Spleen outonal ?…será que vivemos numa farsa constante…onde está o bom senso dos « homens evoluídos » que somos ??…
Deriva moral, social, financeira…Visto de fora… (pois não faço parte do corpo docente) por um lado uma ministra da educação que, sob a nobre intenção declarada de melhorar a qualidade do ensino através de uma avaliação consistente dos professores mostrou-se uma aluna exímia do nº1, pois travou a subida na carreira e limitou o acesso dos professores a vencimentos mais elevados, o que representa uma economia notável para o governo, e por outro lado, professores que, querendo ser mais « royalistes que le roi » apressaram-se a cumprir as ordens, zelaram, reuniram, esforçaram-se, para dar forma à tal avaliação e que agora, presos na ratoeira, finalmente reagem e querem que a ministra volte atrás....anular tão bela conquista ? nem pensar…
Jogos de influência, luta sem mercê para o poder... no partido de oposição francês, discursos frente às câmaras que se querem apaziguadores, unificadores, pois é o «profundo desejo dos militantes e da sociedade, ter um partido forte e unido para combater a política do Sarkozy» e nos bastidores, candidatos que se digladiam para aceder ao «trono».
Políticos completamente gastos, sem ideias, que se agarram aos postos e aos privilégios como a um galho por cima de um precipício. .
Desacreditados, julgados, acusados, não interessa - estão ai…incrustados e intocáveis...
cada vez mais cinzentos, mais velhos…e patéticos…
Sim, não há dúvida, nesta mediania, embora não seja «Deus» (cf. «nem Deus, nem Mestre!»), o sentido de humor e o ar fresco do Obama são saudáveis e agradáveis de ver..
Jean d'Ormesson, também, apesar da sua idade (nasceu em 1925) e do seu grau de académico consagradíssimo (membro da Academia francesa desde 1973), poderia inspirar muita gente.. olho vivo de um azul penetrante, a que fazem eco a subtileza, a vivacidade, o sentido de humor, a simplicidade dos seres inteligentes…
A língua francesa falada por ele é deliciosa, melódica, bela!!!
Jean d’Ormesson, que, apesar da sua posição de topo, escreve coisas como estas:
« Résistez. Résistez aux séductions moutonnières de la médiocrité, à l'ignominie des retournements intéressés, aux murmures de la lâcheté qui ne recule devant l'effort que pour se trouver tout à coup, mais trop tard, acculée à la tragédie. Résistez. Résistez. Gardez par dessus-tout l'amour de la liberté et votre sens critique. Combattez par l'ironie des indignations trop légitimes. Combattez par l'espérance un pessimisme trop justifié ».
(Le Figaro Magazine- 4/07/81- Lettre ouverte à F.Mitterrand)
«Je n'écris, pour ma part, ni un roman ni des Mémoires. J'essaie de comprendre le peu que j'ai fait et comment tout cela s'est emmanché. Je n'écris pas pour passer le temps ni pour donner des leçons. Je n'écris pas pour faire le malin ni pour ouvrir, comme ils disent, des voies nouvelles à la littérature. Pouah! Je n'écris pas pour faire joli ni pour défendre quoi que ce soit. J'écris pour y voir un peu plus clair et pour ne pas mourir de honte sous les sables de l'oubli.» (Qu'ai-je donc fait - Éditions Robert Laffont, 2008)
Numa das suas últimas participações a um convívio literário, lembrou o poeta Aragon..., exímio em «manejar» as palavras e em torná-las belas e poderosas, e lembrou esta frase do poeta : «Et malgré tout, la vie est belle» !
Cellophane
Deriva moral, social, financeira…Visto de fora… (pois não faço parte do corpo docente) por um lado uma ministra da educação que, sob a nobre intenção declarada de melhorar a qualidade do ensino através de uma avaliação consistente dos professores mostrou-se uma aluna exímia do nº1, pois travou a subida na carreira e limitou o acesso dos professores a vencimentos mais elevados, o que representa uma economia notável para o governo, e por outro lado, professores que, querendo ser mais « royalistes que le roi » apressaram-se a cumprir as ordens, zelaram, reuniram, esforçaram-se, para dar forma à tal avaliação e que agora, presos na ratoeira, finalmente reagem e querem que a ministra volte atrás....anular tão bela conquista ? nem pensar…
Jogos de influência, luta sem mercê para o poder... no partido de oposição francês, discursos frente às câmaras que se querem apaziguadores, unificadores, pois é o «profundo desejo dos militantes e da sociedade, ter um partido forte e unido para combater a política do Sarkozy» e nos bastidores, candidatos que se digladiam para aceder ao «trono».
Políticos completamente gastos, sem ideias, que se agarram aos postos e aos privilégios como a um galho por cima de um precipício. .
Desacreditados, julgados, acusados, não interessa - estão ai…incrustados e intocáveis...
cada vez mais cinzentos, mais velhos…e patéticos…
Sim, não há dúvida, nesta mediania, embora não seja «Deus» (cf. «nem Deus, nem Mestre!»), o sentido de humor e o ar fresco do Obama são saudáveis e agradáveis de ver..
Jean d'Ormesson, também, apesar da sua idade (nasceu em 1925) e do seu grau de académico consagradíssimo (membro da Academia francesa desde 1973), poderia inspirar muita gente.. olho vivo de um azul penetrante, a que fazem eco a subtileza, a vivacidade, o sentido de humor, a simplicidade dos seres inteligentes…
A língua francesa falada por ele é deliciosa, melódica, bela!!!
Jean d’Ormesson, que, apesar da sua posição de topo, escreve coisas como estas:
« Résistez. Résistez aux séductions moutonnières de la médiocrité, à l'ignominie des retournements intéressés, aux murmures de la lâcheté qui ne recule devant l'effort que pour se trouver tout à coup, mais trop tard, acculée à la tragédie. Résistez. Résistez. Gardez par dessus-tout l'amour de la liberté et votre sens critique. Combattez par l'ironie des indignations trop légitimes. Combattez par l'espérance un pessimisme trop justifié ».
(Le Figaro Magazine- 4/07/81- Lettre ouverte à F.Mitterrand)
«Je n'écris, pour ma part, ni un roman ni des Mémoires. J'essaie de comprendre le peu que j'ai fait et comment tout cela s'est emmanché. Je n'écris pas pour passer le temps ni pour donner des leçons. Je n'écris pas pour faire le malin ni pour ouvrir, comme ils disent, des voies nouvelles à la littérature. Pouah! Je n'écris pas pour faire joli ni pour défendre quoi que ce soit. J'écris pour y voir un peu plus clair et pour ne pas mourir de honte sous les sables de l'oubli.» (Qu'ai-je donc fait - Éditions Robert Laffont, 2008)
Numa das suas últimas participações a um convívio literário, lembrou o poeta Aragon..., exímio em «manejar» as palavras e em torná-las belas e poderosas, e lembrou esta frase do poeta : «Et malgré tout, la vie est belle» !
Cellophane
dimanche, novembre 16, 2008
Comparações...
O Rei da Gaffe reaparece para explicar o seu relacionamento com Dom Sebastião e aproveitou a ocasião para elogiar o seu imponente CV, porquê! Nesta (mais uma) soberba aparição demonstrou também conhecimentos profundos sobre o «jogo de influências» um pouco no estilo da série «os Sopranos» mas num formato muito mais eloquente …ou seja, nada a dizer pois não se passou nada de anormal?
José Mota e o Leixões dão lições de bola…o Real Madrid podia dar uma olhadela lá p’rós lados de Matosinhos…e comparar: «fazer muito com pouco versus fazer pouco com muito» …
Zuca Bota-Fora
José Mota e o Leixões dão lições de bola…o Real Madrid podia dar uma olhadela lá p’rós lados de Matosinhos…e comparar: «fazer muito com pouco versus fazer pouco com muito» …
Zuca Bota-Fora
mardi, novembre 11, 2008
samedi, novembre 08, 2008
notícias breves....
Aquando da sua vinda a Paris para o lançamento do seu novo livro « The Enchantress of Florence», Salman Rushdie, interrogado quanto ao sentimento que lhe inspirava a eleição de Barack Obama respondeu:
«Parece-me ser um homem muito inteligente e com princípios, o que é uma coisa rara nos dias de hoje…pois é mais fácil encontrar homens inteligentes sem princípios ou homens com princípios mas a quem falta a inteligência …» (no comments)
Enquanto isso, o petulante Berlusconi declarou na imprensa italiana que o Obama era «bem parecido e bronzeado». Muitos italianos não parecem ter apreciado o enorme sentido de humor do «cavagliere» e manifestaram…Entre outros cartazes, havia um onde se podia ler : «Mais vale ser bronzeado, do que anão pelado» …Moral da história : «humor com humor se paga»!!! Esperemos que o Sr Berlusconi tenha gostado....
«Parece-me ser um homem muito inteligente e com princípios, o que é uma coisa rara nos dias de hoje…pois é mais fácil encontrar homens inteligentes sem princípios ou homens com princípios mas a quem falta a inteligência …» (no comments)
Enquanto isso, o petulante Berlusconi declarou na imprensa italiana que o Obama era «bem parecido e bronzeado». Muitos italianos não parecem ter apreciado o enorme sentido de humor do «cavagliere» e manifestaram…Entre outros cartazes, havia um onde se podia ler : «Mais vale ser bronzeado, do que anão pelado» …Moral da história : «humor com humor se paga»!!! Esperemos que o Sr Berlusconi tenha gostado....
Semana de Liga dos Campeões e UEFA...
Na liga dos Campeões, Bento leva Sporting a comungar pela 1ª vez na fase de grupos….Os Argentinos do Porto terminaram o tango em Kiev com um «passe e golo», e assim Jesualdo safou-se de mais uma alhada...por troca com uma alheira de Mirandela.
Os Italianos estiveram em grande, Roma e Juventus do Ranieri que ainda não ganhou nada venceram as suas contendas, e assim a «Velha Senhora de Turim» bateu outra vez o Real Madrid…O Inter obteve um excelente resultado em Chipre, contra o temível Anorthosis…com o vento sempre a favor que sopra naquela ilha.
Na UEFA, o Braga guiado por Jesus assustou e banalizou o Milão versão «devagar…devagarinho» …O Benfica não gosta de pressão, nem de fazer…nem que lhe façam, e não aguentou com a pressão do banho turco…
Zuca Bota-Fora
Os Italianos estiveram em grande, Roma e Juventus do Ranieri que ainda não ganhou nada venceram as suas contendas, e assim a «Velha Senhora de Turim» bateu outra vez o Real Madrid…O Inter obteve um excelente resultado em Chipre, contra o temível Anorthosis…com o vento sempre a favor que sopra naquela ilha.
Na UEFA, o Braga guiado por Jesus assustou e banalizou o Milão versão «devagar…devagarinho» …O Benfica não gosta de pressão, nem de fazer…nem que lhe façam, e não aguentou com a pressão do banho turco…
Zuca Bota-Fora
Depois da euforia a marulhada...
Após grandes momentos de toda a campanha para as eleições americanas que começou com o embate entre os democratas Hilary Clinton e Barak Obama e que se prolongou com a disputa com o republicano John McCain e teve o seu epílogo com a eleição de Barak Obama, agora regressamos aos problemas «reais» do Mundo e do Portugal dos pequeninos…
Comecemos pelo caso Fátima Felgueiras, mais uma vítima deste «sistema»...porventura será indemnizada por todo o desconforto e mal-estar a que foi obrigada inclusive a estadia no Brasil; No próximo século será nomeada para uma eventual glorificação?
E o perseguido Vítor Constâncio, sempre alerta para moderar eventuais subidas de salários, representadas por alguns Euros, que por vezes nem se dá conta deles, pois entretanto a inflação subiu muito mais…todavia a «balança» portuguesa poderia ser desequilibrada por medidas tão ousadas e aventureiras…mas não tem o faro apurado para milhões que lhe passam à frente do nariz, é mais especializado em controlar pequenas quantias, e assim os milhões no BCP e os muitos milhões agora no BPN esvoaçaram e volatilizaram-se, e agora quem vai pagar? ... a resposta é: o mexilhão!!!
Zuca Bota-Fora
Comecemos pelo caso Fátima Felgueiras, mais uma vítima deste «sistema»...porventura será indemnizada por todo o desconforto e mal-estar a que foi obrigada inclusive a estadia no Brasil; No próximo século será nomeada para uma eventual glorificação?
E o perseguido Vítor Constâncio, sempre alerta para moderar eventuais subidas de salários, representadas por alguns Euros, que por vezes nem se dá conta deles, pois entretanto a inflação subiu muito mais…todavia a «balança» portuguesa poderia ser desequilibrada por medidas tão ousadas e aventureiras…mas não tem o faro apurado para milhões que lhe passam à frente do nariz, é mais especializado em controlar pequenas quantias, e assim os milhões no BCP e os muitos milhões agora no BPN esvoaçaram e volatilizaram-se, e agora quem vai pagar? ... a resposta é: o mexilhão!!!
Zuca Bota-Fora
Todos no mesmo copo...
A manifestação dos Professores…é normal sim senhor, pois a «bagunça» já vai longe...o principal motivo da manifestação, já é menos evidente…e então porquê? Vejamos o contraditório: porquê que houve uma adesão massiva ao concurso de professor titular? Porquê que houve necessidade de mais um concurso extraordinário para os Professores colocados nos escalões mais elevados e que não puderam concorrer ao primeiro concurso para titular? Porquê que ainda não houve um concurso aberto a outros professores para professor titular? Para que servia a categoria de Professor titular? Esta categoria não foi criada com o ridículo pressuposto de serem os melhores e como tal os mais aptos para avaliarem os outros colegas Professores? Em muitas escolas do País são aprovadas em Conselho Pedagógico fichas de Observação/Avaliação dos docentes, elaboradas pelos Coordenadores de Departamento que são os tais titulares, e que são «coisas» que pecam não só pela extensão, pela complexidade que as torna obsoletas no sentido de atrofiadas…e ainda e acima de tudo elaboradas como se fossem para ser utilizadas com Professores em situação de estágio, que em abono da verdade já foram vítimas deste mal….e assim e para terminar: Na manifestação vão estar todos juntos...aqueles que poderiam ter sido mais pragmáticos, mas que quiseram ser mais «Papistas que o Papa»...e os mexilhões, aqueles que de facto sofrem com o abuso do poder...e ainda: a avaliação poderia ter sido aligeirada, haveria seguramente meios para isso, mais grave que tudo foi o que já foi feito com fins puramente economicistas como a alteração da careira docente e a consequente perda de dinheiro e de motivação a médio e longo prazo!!!
Jy Bi
Jy Bi
vendredi, novembre 07, 2008
Clara, concisa e simples...
...a visão de Laurent Joffrin, no jornal Libération
Enfin l’espoir! De grâce, pour une heure, pour un jour, ne jouons pas les blasés, les prudents, les sceptiques.
Après ce 4 novembre déjà historique, avouons que nous sommes pris, presque tous, d’un sentiment de bonheur. Pour une heure ou pour un jour, laissons parler l’enthousiasme, celui qui déferle sur la planète. Depuis quelques heures, les Américains espèrent ; depuis quelques heures, le monde entier se sent mieux. Le bonheur ? Une idée neuve en Amérique. Il suffit d’imaginer un instant le résultat inverse : un sénateur raide et conservateur flanqué d’une mystique béotienne reconduisant pour quatre ans la politique brutale de George W. Bush. Un cauchemar moral, un film d’horreur politique. Au contraire, les symboles se bousculent dans l’imaginaire de ce jour d’exception. L’idéal d’Abraham Lincoln, le rêve de Martin Luther King, la Nouvelle Frontière de John et Robert Kennedy : quatre espoirs interrompus, quatre prophètes du réel immolés, qui revivent, l’espace d’un moment, par la grâce de ce scrutin. Ce sont les symboles d’une Amérique qui aime l’avenir. Les symboles de l’Amérique qu’on aime.
Il sera temps, demain, de mesurer les difficultés de la tâche, de dissiper les illusions, de disséquer les faiblesses du nouvel élu. On le pressent, il porte plus de promesses qu’il ne peut en satisfaire. Il prendra en charge les intérêts d’un Etat autant que les rêves de ses électeurs. Il devra composer avec les froides réalités de la géopolitique. Il n’est peut-être pas le héros du progressisme que fantasme la gauche française. Il est sans doute plus enclin au compromis et à la manœuvre que ne le pensent la plupart de ses partisans. Mais sa victoire montre que le monde peut changer et, pour une fois, changer en mieux.
Obama peut interrompre le cours de cette révolution conservatrice qui domine le monde depuis l’élection de Ronald Reagan. Enfin, les valeurs de solidarité, d’attention aux faibles, de justice seront représentées à la Maison Blanche. Enfin, on ne va pas essayer de nous faire croire que l’intérêt des milliardaires se confond avec celui du peuple. Enfin, les Américains peuvent espérer une meilleure protection sociale, un contrôle sur Wall Street, des crédits pour la santé, pour l’éducation, pour l’environnement. En un mot, ils peuvent espérer une société plus humaine, qui montre aux autres nations que la justice concrète n’est pas toujours un objectif utopique.
Ensuite parce le vainqueur du 4 novembre est un homme du siècle nouveau. Métis, ancien travailleur social, petit-fils d’une Africaine, Barack Hussein Obama a choisi d’être américain. Son histoire montre que l’identité n’est pas forcément un fait de nature qui enferme les hommes dans leur naissance mais aussi l’adhésion lucide à des principes démocratiques. Avec Obama, c’est un peu du Sud et de sa souffrance qui entre dans la capitale du Nord. Avec Obama, c’est beaucoup de notre monde mélangé qui accède à la plus haute fonction. Tout cela semble candide, virtuel, hypothétique ? Peut-être. Mais pour une heure, pour un jour, il faut essayer d’y croire. Essayer de croire que, pour la première fois, depuis longtemps, le Nouveau Monde peut mériter son nom.
Enfin l’espoir! De grâce, pour une heure, pour un jour, ne jouons pas les blasés, les prudents, les sceptiques.
Après ce 4 novembre déjà historique, avouons que nous sommes pris, presque tous, d’un sentiment de bonheur. Pour une heure ou pour un jour, laissons parler l’enthousiasme, celui qui déferle sur la planète. Depuis quelques heures, les Américains espèrent ; depuis quelques heures, le monde entier se sent mieux. Le bonheur ? Une idée neuve en Amérique. Il suffit d’imaginer un instant le résultat inverse : un sénateur raide et conservateur flanqué d’une mystique béotienne reconduisant pour quatre ans la politique brutale de George W. Bush. Un cauchemar moral, un film d’horreur politique. Au contraire, les symboles se bousculent dans l’imaginaire de ce jour d’exception. L’idéal d’Abraham Lincoln, le rêve de Martin Luther King, la Nouvelle Frontière de John et Robert Kennedy : quatre espoirs interrompus, quatre prophètes du réel immolés, qui revivent, l’espace d’un moment, par la grâce de ce scrutin. Ce sont les symboles d’une Amérique qui aime l’avenir. Les symboles de l’Amérique qu’on aime.
Il sera temps, demain, de mesurer les difficultés de la tâche, de dissiper les illusions, de disséquer les faiblesses du nouvel élu. On le pressent, il porte plus de promesses qu’il ne peut en satisfaire. Il prendra en charge les intérêts d’un Etat autant que les rêves de ses électeurs. Il devra composer avec les froides réalités de la géopolitique. Il n’est peut-être pas le héros du progressisme que fantasme la gauche française. Il est sans doute plus enclin au compromis et à la manœuvre que ne le pensent la plupart de ses partisans. Mais sa victoire montre que le monde peut changer et, pour une fois, changer en mieux.
Obama peut interrompre le cours de cette révolution conservatrice qui domine le monde depuis l’élection de Ronald Reagan. Enfin, les valeurs de solidarité, d’attention aux faibles, de justice seront représentées à la Maison Blanche. Enfin, on ne va pas essayer de nous faire croire que l’intérêt des milliardaires se confond avec celui du peuple. Enfin, les Américains peuvent espérer une meilleure protection sociale, un contrôle sur Wall Street, des crédits pour la santé, pour l’éducation, pour l’environnement. En un mot, ils peuvent espérer une société plus humaine, qui montre aux autres nations que la justice concrète n’est pas toujours un objectif utopique.
Ensuite parce le vainqueur du 4 novembre est un homme du siècle nouveau. Métis, ancien travailleur social, petit-fils d’une Africaine, Barack Hussein Obama a choisi d’être américain. Son histoire montre que l’identité n’est pas forcément un fait de nature qui enferme les hommes dans leur naissance mais aussi l’adhésion lucide à des principes démocratiques. Avec Obama, c’est un peu du Sud et de sa souffrance qui entre dans la capitale du Nord. Avec Obama, c’est beaucoup de notre monde mélangé qui accède à la plus haute fonction. Tout cela semble candide, virtuel, hypothétique ? Peut-être. Mais pour une heure, pour un jour, il faut essayer d’y croire. Essayer de croire que, pour la première fois, depuis longtemps, le Nouveau Monde peut mériter son nom.
mercredi, novembre 05, 2008
Obama, Presidente dos USA...
Obama: «a mudança chegou à América», declarou o novo presidente dos USA em Chicago.
Viva Obama e os USA...boa sorte e felicidades.
Jy Bi
Viva Obama e os USA...boa sorte e felicidades.
Jy Bi
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